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Muito bem feito o filme: a reconstituição de época, a caracterização dos personagens, a escolha dos atores (e que atores)!
A atuação do casting é brilhante: Colin Firth (convincente e competente, nada caricato), Geoffrey Rush (estupendo como sempre, só não leva o Oscar de coadjuvante porque Bale arrasou), Helena Boham Carter (espetacular, mandando muito bem por meio da comunicação não verbal), Michael Gambon, Timothy Spall, Derek Jacobi...
Mais do que descrever a história, o roteiro se preocupou em contar o drama privado do personagem: o bullying na infância, a dificuldade em crescer à sombra do irmão, a ausência de um mentor e amigos verdadeiros...
O que é muito bonito de ver é a postura do protagonista em não se tornar refém do passado (ficando amargo), muito pelo contrário, ele é correto e íntegro (mantendo a dignidade).
Por outro lado, ainda que veladamente, mostra também a atração e a simpatia por Hitler (não sei se pelo nazismo enquanto propaganda ideológica ou pelo carisma do ditador). Aliás, uma das coisas que me incomodou foi exatamente isto: até que ponto foi uma guerra de interesses ou uma competição de imagem? Porque enquanto o mundo se esfacelava, a preocupação dos políticos era manter a aparência.
Falando em política, de uma certa forma os personagens representavam as classes: o arcebispo representava a igreja (manipulação e poder), Lionel representava o mentor (mesmo que o professor saiba claramente o potencial do aluno, a liberdade de escolha ainda é do aluno). Muito bacana a postura de Berthie, ele não se deixa levar pela opinião dos outros; educado porém firme, mostra que a palavra final, a decisão é dele.
Outros papéis menores, porém não menos importantes: a esposa do rei (que encoraja, se importa e quer o melhor para ele) e a esposa de Lionel (que sabiamente e eticamente mostra que o professor ultrapassou os limites e precisa pedir perdão).
Melhor frase do filme: - o rei faz o que quer ou aquilo que a nação espera que ele faça?
É... por mais problemas que uma instituição enfrente, todo líder também tem seus dramas pessoais.
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