01 February 2011

Inverno da alma

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Filmaço!

Tão surpreendente que nem parece americano ; )! A atriz principal arrasou, mandou bem do começo ao fim. E o tio dela? Wow, filme de atores, vale muuuito a pena!

A história é narrada num ritmo lento, o que favorece a reflexão. Você pensa na dureza que é a vida fora dos grandes centros urbanos, o amadurecimento precoce das crianças, o interesse político nos alistamentos militares, o papel social opaco dos homens na micro-sociedade, a postura das mulheres...

Ree tem 17 anos, uma mãe depressiva, dois irmãos pequenos e um pai, fugitivo, que deixou a casa como garantia... Para a família não perder a propriedade e manter-se unida (mesmo que aos trancos e barrancos), ela precisa encontrar o pai.

A atitude desta menina é encorajadora: responsável, segura, mas ao mesmo tempo amorosa, íntegra, sábia, leal... Passa por diveeeeersos perrengues, ensina os irmãozinhos a se virarem caso ela falte (não podem contar com a mãe), enfrenta inúmeras adversidades... Em nenhum momento você a vê amarga, vítima da situação, revoltada, julgando ou buscando explicações. Ela é objetiva, prática e segura do que quer.

O ambiente que a cerca é nocivo, cheio de maldade, mentiras... E os que deveriam nutrir, são os que mais ferem. O tempo todo tentam demovê-la de encontrar o pai, mas Ree é firme. O que me chamou a atenção foi ver que até os malvados se sensibilizaram e mostraram humanidade com ela, dentro dos parcos recursos emocionais que eles tinham, claro.

Me pergunto se na vida real não existem pessoas piores do que essas, com o coração tão cicatrizado, que perderam até a noção do que é ser humano... enfim.

Melhor frase do filme: "nunca peça o que deve ser oferecido".

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