Kore-eda, desta vez você foi fundo, não?
Estou passando mal até agora!
Shoplifters traz a história de uma família forjada por pessoas 'quebradas': a avó que vive da pensão do marido falecido, o pai que ensina as crianças a cometerem pequenos furtos no supermercado, a mãe que também é ladra no trabalho, a garota adolescente que vive de bicos de cunho sexual e por aí vai.
O que achei muito lindo é que o diretor não emite julgamento sobre os personagens. E vai descortinando a história de cada um de uma maneira elegante e delicada.
Você pensa: - isto é errado, mas procura contextualizar e entender o porquê de cada personagem agir assim.
Neste ponto a tradução do título brasileiro é mais feliz pois de certa forma é disto que o filme trata: o que é família. O que faz uma família se tornar família? Qual é a atribuição de um pai, o que se espera de uma mãe, qual o papel dos avós, como deve ser a criação das crianças, a educação dos adolescentes...?
Os questionamentos são hiper-válidos pois você percebe que, mais do que sangue, são os laços emocionais que formam uma família.
E, independentemente do que fazem (são ladrões), é na família que você tem liberdade para ser o que é e ser aceito, verbalizar o que pensa e acredita de verdade e também acolher e ser acolhido, amado (porque não é no mar aberto com tubarão que a gente aprende nadar, e sim dentro de um tanque ou piscina).
Por outro lado, é possível também fazer outra leitura: será que os personagens não se engajam apenas naquilo que é conveniente para eles, naquilo que esperam obter?
Gostei tb da crítica social (os que defendem a ordem são os que ferram tudo: os investigadores e os policiais que não percebem que existe mais amor naquela bola de ferida ao invés do modelo tradicional etc) e da reflexão (o que é pior: ser ladrão de coisas tangíveis ou de dignidade?).
Confesso que saí da sala com a sensação de ter sido atropelada e com o coração alagado de compaixão: entendo o medo da solidão na 3a. idade, a limitação do pai que só pode ensinar aquilo que um dia aprendeu (e se o universo dele for pequeno, adeus), o amor da mãe que nunca poderá parir, as crianças que crescem e vivem órfãs de pais vivos...
Oui, só podemos oferecer aquilo que um dia recebemos. E se viver é amar, prepara o toddynho que falta muito para o mundo crescer!
Preste atenção na parte final e veja se não acontece na vida real (você só descobre que virou adulto quando começa a ferir) mêda...
Melhor frase do filme:
- Quando a gente escolhe, a gente ama mais.
Para ouvir mais opiniões, vai lá:
https://oglobo.globo.com/rioshow/critica-assunto-de-familia-23356089
https://www.planocritico.com/critica-assunto-de-familia-2018/
Estou passando mal até agora!
Shoplifters traz a história de uma família forjada por pessoas 'quebradas': a avó que vive da pensão do marido falecido, o pai que ensina as crianças a cometerem pequenos furtos no supermercado, a mãe que também é ladra no trabalho, a garota adolescente que vive de bicos de cunho sexual e por aí vai.
O que achei muito lindo é que o diretor não emite julgamento sobre os personagens. E vai descortinando a história de cada um de uma maneira elegante e delicada.
Você pensa: - isto é errado, mas procura contextualizar e entender o porquê de cada personagem agir assim.
Neste ponto a tradução do título brasileiro é mais feliz pois de certa forma é disto que o filme trata: o que é família. O que faz uma família se tornar família? Qual é a atribuição de um pai, o que se espera de uma mãe, qual o papel dos avós, como deve ser a criação das crianças, a educação dos adolescentes...?
Os questionamentos são hiper-válidos pois você percebe que, mais do que sangue, são os laços emocionais que formam uma família.
E, independentemente do que fazem (são ladrões), é na família que você tem liberdade para ser o que é e ser aceito, verbalizar o que pensa e acredita de verdade e também acolher e ser acolhido, amado (porque não é no mar aberto com tubarão que a gente aprende nadar, e sim dentro de um tanque ou piscina).
Por outro lado, é possível também fazer outra leitura: será que os personagens não se engajam apenas naquilo que é conveniente para eles, naquilo que esperam obter?
Gostei tb da crítica social (os que defendem a ordem são os que ferram tudo: os investigadores e os policiais que não percebem que existe mais amor naquela bola de ferida ao invés do modelo tradicional etc) e da reflexão (o que é pior: ser ladrão de coisas tangíveis ou de dignidade?).
Confesso que saí da sala com a sensação de ter sido atropelada e com o coração alagado de compaixão: entendo o medo da solidão na 3a. idade, a limitação do pai que só pode ensinar aquilo que um dia aprendeu (e se o universo dele for pequeno, adeus), o amor da mãe que nunca poderá parir, as crianças que crescem e vivem órfãs de pais vivos...
Oui, só podemos oferecer aquilo que um dia recebemos. E se viver é amar, prepara o toddynho que falta muito para o mundo crescer!
Preste atenção na parte final e veja se não acontece na vida real (você só descobre que virou adulto quando começa a ferir) mêda...
Melhor frase do filme:
- Quando a gente escolhe, a gente ama mais.
Para ouvir mais opiniões, vai lá:
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