29 February 2016

Oscar 2016 - lista dos vencedores

... and the Oscar goes to:
BEST PICTURE
Spotlight - WINNER
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ACTOR IN A LEADING ROLE
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ACTRESS IN A LEADING ROLE
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ACTOR IN A SUPPORTING ROLE
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ACTRESS IN A SUPPORTING ROLE
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ANIMATED FEATURE FILM
Inside Out - WINNER
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CINEMATOGRAPHY
The Revenant  - WINNER
COSTUME DESIGN
Mad Max: Fury Road  - WINNER
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DIRECTING
The Revenant  - WINNER
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DOCUMENTARY (FEATURE)
Amy  - WINNER
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DOCUMENTARY (SHORT SUBJECT)
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FILM EDITING
Mad Max: Fury Road  - WINNER
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FOREIGN LANGUAGE FILM
Son of Saul  - WINNER
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MAKEUP AND HAIRSTYLING
Mad Max: Fury Road  - WINNER
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MUSIC (ORIGINAL SCORE)
The Hateful Eight  - WINNER
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MUSIC (ORIGINAL SONG)
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PRODUCTION DESIGN
Mad Max: Fury Road  - WINNER
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SHORT FILM (ANIMATED)
Bear Story - WINNER
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SHORT FILM (LIVE ACTION)
Stutterer  - WINNER
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SOUND EDITING
Mad Max: Fury Road  - WINNER
SOUND MIXING
Mad Max: Fury Road  - WINNER
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VISUAL EFFECTS
Ex Machina  - WINNER
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WRITING (ADAPTED SCREENPLAY)
The Big Short - WINNER
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WRITING (ORIGINAL SCREENPLAY)
Spotlight - WINNER
Fonte: http://oscar.go.com/news/winners/oscar-winners-2016-see-the-complete-list

25 February 2016

Cinco graças

Concorrente ao Oscar de melhor estrangeiro, Mustang parece um filme inocente sobre a história de 5 irmãs turcas que, ao saírem da escola, comemoram a entrada das férias numa brincadeira ao mar e são punidas.

A avó, que aceita como verdade uma fofoca maldosa da vizinha, resolve casar todas as netas, trancando-as na casa - primeiro com proibições, depois cercas e por fim grades em todos os aposentos.

O que parece ser apenas uma metáfora sobre a intolerância ao novo ou a recusa em aceitar a pós-modernidade, se transforma em crítica à totalitarismo e ao farisaísmo machista perpetrado pelas próprias mulheres.

Como a cultura oriental costuma falar mais pelas sutilezas do que pelos embates escancarados, penso que o ponto principal é o tal relatório de virgindade - onde o privado se confunde com a expectativa social.

Primeiro, porque categoriza as mulheres como objetos e não como pessoas. E, como objetos, seu valor é determinado pela lei da oferta e da procura, e para uso e serviço de funções requeridas.

Pessoas são medidas pelo que são, de maneira única, e devem ser respeitadas levando em conta suas escolhas e o direito de ir e vir.

O mais assustador é perceber que o sistema 'carcerário' é mantido pelas mulheres mais velhas, vítimas que ferem da mesma maneira que foram feridas ao invés de se tornarem agentes de transformação da sociedade.

Para mim, fica claro que o tio abusa das meninas, não apenas verbalmente mas sexualmente - para tirar seu senso de valor e dignidade, e deixá-las à mercê para fazer o que bem entender com elas.

As cinco irmãs reagem de maneira diferente à hipocrisia familiar: uma consegue virar o jogo casando-se com o rapaz que ama, a outra totalmente apática e confusa se submete, uma perde a razão e a vida, a outra só consegue esboçar reação mediante ao chacoalhão da caçula e surpreendentemente é a caçula quem antevê solução.

Porque só os íntegros de corpo, alma e coração são capazes de promover mudanças e enfrentar corajosamente a vida.

PS- Aviso aos xiitas, fundamentalistas, moralistas e afins: veja se o mal que combatem tanto não está dentro de vocês ao invés de fora.

22 February 2016

O lobo do deserto

E lá vou eu conferir mais um concorrente ao melhor Oscar estrangeiro, com o coração mega apertado (espia o trailer para saber do que estou falando rsrs: https://www.youtube.com/watch?v=3_vbG89CxuQ)

Theeb é um garoto que é filho de um sheik, mora no deserto e ajuda seu irmão.

Por natureza, os orientais costumam ser hospitaleiros e generosos com visitantes e, a bondade de certa forma, pode se tornar uma perdição quando não existe reciprocidade por parte do outro.

Como Theeb irá reagir?

Abraçará a cartilha dos novos tempos ou honrará suas raízes?
.

11 February 2016

A garota dinamarquesa

WOW, um dos melhores filmes da temporada ; )!!!

Primeiro, porque o diretor escalou um casting internacional: atores da Bélgica, Dinamarca, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha... depois, porque é uma história real. E por último, porque apesar do tema ser tão espinhoso, os atores conseguiram passar verdade em suas interpretações (basta apenas um escorregão para descambar no caricato).

Nos idos de 1930 um pintor se descobre mulher e...

Caaaalma, não vou dar uma de Adnet hahaha.

O que achei lindo foi sentir uma história de amor bem contada feita de companheirismo, amizade, respeito, sofrimento (quando se quer o melhor para quem ama, ainda que não seja o melhor para a gente mesmo), sem respostas fáceis, desconforto...

Gostei de ver a ciência representada pela classe médica nem sempre ter as respostas (por falta de conhecimento ou humildade para admitir o que simplesmente não sabe) bem como os artistas (ah, sempre eles) conseguem abrir-se para o novo sem julgar, pelo contrário, buscam compreender e conseguem soluções ainda que fora da caixa (por isto mesmo são artistas).

Ainda sobre os artistas, gostei da Ulla (nada consegue chocá-la) e da Gerda (por ser corajosa e fazer o que precisa ser feito, e que nem sempre significa deixar de sofrer, em admitir toda gama de emoções).

Gostei também da trajetória de Lilli, mostrada com tanta sensibilidade - sua admissão no mundo real, sua descoberta de dor, solidão, desapontamento (porque a questão da genitália é apenas a ponta do iceberg).

Para atiçar ainda mais a curiosidade, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=vjq2FgjpXow

PS- Preste atenção nos tipos que passeiam pelo enredo: homossexual, bissexual, heterossexual (sofre por amor), transgênero (que não encontra o seu lugar), gente com a mente aberta, gente preconceituosa (chegada em violência), gente que 'acha que' sabe classificar e consertar, gente que não sabe o que fazer mas se coloca no lugar do outro por isto entende... e por aí vai. E você? Que tipo de pessoa é?

10 February 2016

Tangerine

Mó doido este filme (mas adorei ; )!

O diretor filmou com I-phone e pessoas reais - ou seja, produção de baixo orçamento no climão de 1 celular na mão e 1 ideia na cabeça hahaha.

Um travesti sai da prisão e descobre que o bofe está de namorada nova.

Pronto, a confusão está armada: começa um desfile de tipos bizarros em situações surreais e diálogos pra lá de malucos rsrsrs.

Gostei do humor ácido, do texto beirando o naturalismo, a criatividade para escancarar a hipocrisia tão bem envernizada...

Fiquei triste em constatar que a vida real se aproxima demais do que foi retratado (o diretor tentou integrar os figurantes no mercado de trabalho, mas ninguém quis contratá-los - o que fez com que a maioria retornasse à vida de prostituição).

Falta de respeito, dignidade e solidão são alguns dos efeitos colaterais que eles ganham quando abraçam esse tipo de vida.

09 February 2016

O regresso

Estava mó pilhada para assistir e talvez por esperar demais ou por ter acompanhado de orelha a opinião de uma pessoa que leu o livro, sei lá...

A fotografia é espetacular, o Leonardo di Caprio e o Tom Hardy estão soberbos... mas saí da sala com a sensação de que faltou alma (afff, tô exigente né) hahah.

Para conferir o processo de filmagem, vai lá:

05 February 2016

Suite francesa

Triste e didático ; (.

O filme retrata de maneira crua um vilarejo francês ocupado por soldados nazistas durante a 2a Guerra Mundial.

A mesquinharia entre os habitantes, a crueldade dos mais ricos, a licenciosidade dos mais pobres, a religiosidade oca e hipócrita, e por aí vai... 

É neste cenário que uma jovem, cujo marido foi para a guerra, vive atormentada pela sogra amarga e viúva. 

As duas são obrigadas a receber em casa um alto oficial alemão, que muda drasticamente a dinâmica de suas vidas. 

Como a própria viúva diz, a guerra mostra o que cada um tem dentro de si.

O oficial, surpreendentemente, gosta de música - o que faz a jovem se aproximar dele.

Mas as circunstâncias que os rodeiam, impossibilitam que o relacionamento - seja de amor ou amizade - floresça.

04 February 2016

Son of Saul

Estava super hiper mega ansiosa para assistir desde a Mostra (mó concorrido).

O filme é sufocante pacas, com a câmera o tempo todo colada no personagem principal.

Confesso que saí da sala frustrada pela falta de verossimilhança do enredo (é claro que o personagem jamais conseguiria fazer o que fez com tanta gente vigiando), mas depois comecei a refletir sobre as lacunas e vislumbrei sentido.

Saul é um judeu que trabalha no crematório de um campo de concentração. Numa das limpezas, ele encontra um garoto ainda vivo - 2o. caso que beira até o sobrenatural, segundo relato dos internos - mas o médico 'finaliza' o processo.

A partir daí, Saul faz de tudo para enterrar o menino de maneira digna, de acordo com os preceitos judaicos.

Ao longo do filme, ele encontra todos os tipos de resistência e dificuldades e, o que achei interessante é que, acaba sendo uma metáfora do que é viver na pós-modernidade - uma vez que vivemos espremidos em meio a tantas demandas e obrigações que nos fazem perder o senso de transcendência.

Apesar dos apesares, Saul não perde o foco - o que é um desafio para todos nós.

Sobre os fiapos soltos, penso que o importante não é conseguir respostas, mas abraçar o desconforto porque a vida é feita disto também.

02 February 2016

Trumbo

S-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l!

Trumbo conta a história real de um roteirista que se declara comunista (hahaha) em plena Guerra Fria e que passa a ser execrado pela pretensa e farisaica elite hollywoodiana (Hedda Hopper, John Wayne dentre tantos outros canalhas).

A narrativa é bem construída e a interpretação dos personagens aumenta ainda mais a sensação de maldade que pairava naquela época (e por que não, hoje também).

O que achei bacana é que o sofrimento (físico, financeiro, familiar) não deixou ele amargo - pelo contrário, manteve a lucidez, a dignidade e a integridade.

Penso que serve de reflexão para os covardes e malvados de plantão: quando você faz o mal (seja para se 'proteger' ou destruir a vida de alguém), deveria pensar que não atinge só o outro como toda a estrutura que o cerca (filhos, cônjuge, círculo de amigos).

Penso na vergonha, no remorso corrosivo e na tristeza eterna daqueles que não resistiram ao mal (pois como diria Hannah Arendt, calar-se também é uma espécie de maldade)...

E também na mentalidade rasa do povo em geral (gente com preguiça de pensar, que prefere enjaular conceitos e pessoas nas categorias do presta x não presta) por medo ou ignorância do que não entende (por isto tanta gente é manipulada; por não saber pensar com a própria cabeça, vira refém dos mestres yoda abrindo mão de tomar decisões e ser responsável pela própria vida).

Melhores momentos:
  • quando a filhinha pergunta se o pai é comunista;
  • quando a esposa exorta o marido sobre suas atitudes que poderão levá-lo a perder o que deveria ser mais precioso para ele;
  • quando a filha já jovem exorta o pai sobre o que fazer dali para frente.
E o mais incrível: o pai escuta tudo ; ).

Frase-pérola: - aquele cara até venderia a alma, se tivesse uma (hahahaha)!

PS- E já que estamos falando de respeito, tolerância e afins, vai lá: http://filmesporkt.blogspot.com.br/2011/07/adagio.html

01 February 2016

Joy

Fui ver contrariada (visão americana estereotipada e previsível, os mesmos atores de sempre bla bla bla)...

Mas depois de assistir Anomalisa (depressivo até a medula) rsrsr, foi como tomar um refresco num dia quente ; ).

Joy traz a história de uma mulher empreendedora desde a infância, que é sugada pela família disfuncional: a mãe que é viciada em teledramas, o ex-marido que é um cantor fracassado, o pai que vive de se escorar em pretensas companheiras, a meia-irmã que é a inveja em forma de gente e por aí vai.

Calma, também tem coisas boas junto rsrsrs: a avó que acredita nela desde sempre, a amiga que é aquela companhia que torce, encoraja e que todo mundo deveria ser e ter, o caça-talentos visionário que sabe ganhar dinheiro mas também é ético.

Bom, como todo drama americano, a mocinha apanha de tudo e de todos até virar o jogo (aliás, a melhor parte).

Porque se a gente olhar como metáfora da vida, a gente tem milhões de razões para reclamar, se lamentar e desistir... mas 1 só para virar o jogo, correr atrás do que acredita e fazer o que é certo: dignidade.

E no caso dela, mulher como tantas outras, o empoderamento não precisa vir acompanhado de amargura, ira ou grosseria.

Para ver, se emocionar (tá no inferno, abraça o capeta) rsrsrs e sair com a alma lavada hahah.

PS- Ok para os críticos de plantão, concordo que Erin Brodovich é mais filme...