Nooooossa, o melhor filme da temporada!
Saí da sala com a sensação de ter sido atropelada por um caminhão.
Lucas é o mais dócil e pacato cidadão do universo: a ex-mulher o humilha sistematicamente, os alunos montam literalmente nele... até surgir uma acusação grave de abuso sexual e o mundo desabar de vez para ele.
O diretor do filme questiona pressupostos que o mundo tem como crenças: toda criança é pura? Todas dizem a verdade? E nós, por que acreditamos veemente naquilo que os outros tomam por verdade?
Uma coisa eu sei (porque vivi não porque ouvi ou li): só quem passou por uma injustiça sabe a dor e a perplexidade que é.
E o que achei mais lindo no protagonista é que ele não permite que a maldade alheia deforme quem ele é.
Ser desacreditado diante dos seus amigos, da comunidade que vive, entre a familia, seus queridos... e prosseguir de cabeça erguida? E não revidar o mal recebido?
Como é que ele conseguiu?!
Bem oportuno assistir este filme depois de ter visto Na neblina e em época de Pascoa.
Não faz sentido e o mundo não entende quem não se revolta, quem não revida, quem não fica amargo depois de passar por um perrengue desses.
Como diria Eugene Peterson, vivemos num mundo que não é amante da graça: ela não serve para ganhar dinheiro, para fechar negócios.
Resumo da ópera: vou assistir de novo (rsr)... .