Wow, um dos filmes mais lindos e sensíveis que vi em toda a minha vida ; ).
Sabor da Vida conta a história de uma senhora que se oferece para trabalhar numa lojinha de dorayaki (doce japonês feito com pasta de azuki). Ela tem uma deficiência nas mãos, mas é cozinheira de mão cheia.
O filme interliga diversos personagens: o chef (walking dead), uma menina (kawaii, mas melancólica até a medula), sua mãe (vazia e superficial), adolescentes (barulhentas e fúteis), a dona do estabelecimento (realista e sem apego) e por aí vai.
O que mais me tocou foi a delicadeza da diretora (as cenas são incríveis, mó prato cheio para quem curte cultura japonesa e adora comunicação não-verbal) em mostrar que as pessoas mais humildes, mais desprezadas e mais quebradas são as que tem maior poder para oferecer cura ao mundo.
A senhorinha, machucada fisicamente e emocionalmente pela vida, é uma heroina ao escolher não ser um joguete nas mãos dos destino e se lamentar pelas agruras que sofreu nas mãos dos outros (metáfora para sua doença) - com sua vida, amor, sensibilidade e capacidade de observação, ela abençoa todos que a cercam
É muito interessante o jogo de chiaroscuro que a Naomi Kawase faz das diversas faixas etárias, os questionamentos peculiares em cada fase da vida, a caracterização psicológica dos personagens como das cenas (a purificação do azuki no processo de cozimento, a passagem do tempo por meio das cerejeiras em flor)...
Para sair da sala instruído, com a alma purificada... e desidratado (chorei cântaros ; )!
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