26 February 2012

A Partida

Este filme é muuuito bom ; )!

Conta a história de um músico que perde o emprego na orquestra de Tóquio e ao voltar para sua província, torna-se cuidador de cadáveres (rs). O tema tem tudo para ser mórbido ou descambar para o engraçado, mas é tratado com leveza e beleza.

Algumas coisas notavelmente culturais:
  • falar baixinho
  • mulher dócil e submissa (uma fofa a mulher do protagonista)
  • ninguém responde diretamente (usam de evasivas)
  • nunca usam o 'não' para responder
  • respeito e obediência à hierarquia
  • compromisso, honra (por ex: qdo o dono da funerária paga adiantado, ele se sente obrigado a executar o serviço, mesmo não querendo)
  • ofurô (casa de banho) para relaxar
  • sempre usar as duas mãos para entregar ou receber algo
  • a família morar num mesmo lugar por gerações
  • segredos guardados sem que as pessoas mais próximas saibam (por ex: a cara de espanto do dono da funerária quando a funcionaria revela que abandonou seu filho de 6 anos)
  • foto de pessoas mortas nos lares
Cenas que achei tocantes:
  • salmão nadando em direção do nascedouro
  • troca de "cartas de pedra" (antes da escrita, antigamente as pessoas trocavam pedras, que pelo peso, textura, tamanho, representavam os sentimentos)
  • gratidão das diversas famílias após a cerimônia (uma espécie de reconciliação com o morto, que fica mais linda quando a família é carinhosa)
  • passagem da dona do ofurô
  • cena final em que ele está cuidando de um homem e descobre uma pedrinha em sua mão.
Melhores frases:
  • "Se você não quer morrer, tem de comer. E se for para comer, que seja algo delicioso. Melancolicamente delicioso."
  • "A morte é uma porta, não significa o fim. Passar pela porta é o 1o. estágio. Sou apenas o porteiro, já me despedi de muita gente: - Até breve!"
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