Conta a história de um músico que perde o emprego na orquestra de Tóquio e ao voltar para sua província, torna-se cuidador de cadáveres (rs). O tema tem tudo para ser mórbido ou descambar para o engraçado, mas é tratado com leveza e beleza.
Algumas coisas notavelmente culturais:
- falar baixinho
- mulher dócil e submissa (uma fofa a mulher do protagonista)
- ninguém responde diretamente (usam de evasivas)
- nunca usam o 'não' para responder
- respeito e obediência à hierarquia
- compromisso, honra (por ex: qdo o dono da funerária paga adiantado, ele se sente obrigado a executar o serviço, mesmo não querendo)
- ofurô (casa de banho) para relaxar
- sempre usar as duas mãos para entregar ou receber algo
- a família morar num mesmo lugar por gerações
- segredos guardados sem que as pessoas mais próximas saibam (por ex: a cara de espanto do dono da funerária quando a funcionaria revela que abandonou seu filho de 6 anos)
- foto de pessoas mortas nos lares
- salmão nadando em direção do nascedouro
- troca de "cartas de pedra" (antes da escrita, antigamente as pessoas trocavam pedras, que pelo peso, textura, tamanho, representavam os sentimentos)
- gratidão das diversas famílias após a cerimônia (uma espécie de reconciliação com o morto, que fica mais linda quando a família é carinhosa)
- passagem da dona do ofurô
- cena final em que ele está cuidando de um homem e descobre uma pedrinha em sua mão.
- "Se você não quer morrer, tem de comer. E se for para comer, que seja algo delicioso. Melancolicamente delicioso."
- "A morte é uma porta, não significa o fim. Passar pela porta é o 1o. estágio. Sou apenas o porteiro, já me despedi de muita gente: - Até breve!"