25 April 2007

A Pequena Jerusalém

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A melhor maneira de entender o outro é conhecer suas crenças para respeitar as diferenças. Por isto a minha curiosidade em observar outras culturas.

Este filme tocante mostra os rituais judaicos a partir de uma família imigrante, que foi viver em um bairro suburbano de Paris, apelidado carinhosamente por Pequena Jerusalém. É lá que vive Laura, uma dedicada e tímida estudante de filosofia, que contesta as tradições de sua família ortodoxa quando se apaixona por um muçulmano.

Uma história de amor, redescoberta e liberdade das mulheres que retrata as diferenças culturais entre judeus e mulçumanos.

24 April 2007

Um Herói de Nosso Tempo

Va, Vis et Deviens
Em 1984, cerca de oito mil etíopes judeus fizeram uma caminhada de aproximadamente 600 quilômetros até Israel. Eles fugiam do regime pós-soviético de seu país e iam em busca da terra prometida. Neste cenário, tropas estrangeiras ajudaram várias pessoas a se salvarem e esta foi a chance para que um menino tivesse uma vida melhor. A mãe o batizou de Salomão e mandou-o clandestinamente em um dos aviões.

Ensinado a dizer que era judeu, teve de sustentar que era órfão para que não fosse deportado. Em Israel, este menino de 10 anos foi adotado por um casal de origem francesa. Começa, então, a grande aventura de sua vida.

Saudades da mãe, choque de valores e pequenas incongruências no novo país como o desperdício de água durante um banho de chuveiro como tb imagens que vão e vem do aparelho de TV confundem o pequeno Salomão. Fazer fartas refeições e descansar em camas confortáveis também parecem fatos absurdos. Nessa nova vida maluca, ele faz descobertas, cresce, descobre o amor e a ignorância do racismo.

19 April 2007

Free Zone

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3 mulheres: uma americana, uma judia e uma síria se encontram na área livre de Israel. A americana veio a passeio e, por conta de uma discussão com a futura sogra, quer voltar para casa. O único meio dela seguir o caminho é pegar a van pilotada pela judia, cujo marido sofreu um acidente, e que precisa receber o pagamento de um americano, casado com a síria.

O marido da síria não está e ela não paga o que ele deve. A judia por sua vez, diz que só arreda o pé quando receber o pagamento combinado. A síria entende e fala hebraico, mas não está aberta ao diálogo. A judia é inflexível: o que é certo, é certo; se existe uma dívida, ela precisa ser paga. A americana tenta ser mediadora no impasse, mas não tem conversa: a judia e a síria estão presas em seus solilóquios.

O final é surpreendente (rs) e acaba sendo uma metáfora do conflito no Oriente Médio.

18 April 2007

Paradise Now

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Mostra uma face do conflito no Oriente Médio através da história de vida e recrutamento de 2 terroristas palestinos, que planejam um atentado contra Israel.

Nesta briga, não existe bandido nem mocinho; os dois lados têm culpa. Israel sobrepuja em riqueza (apesar de fazer papel de 'tadinho' perante o mundo) enquanto que a Palestina vive em condições sub-humanas.

A questão não é religiosa, é moral: qdo vc perde a honra, não tem mais nada a perder.

17 April 2007

300

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Esparta é um lugar onde só há espaço para os melhores: o treino é árduo, a alimentação é disciplinada e o controle das emoções e das palavras é um exercício permanente.

Para Lêonidas, a liberdade não tem preço.

Porém, a realidade na qual a sua cultura está inserida é um mundo onde os políticos têm preço, os sacerdotes estão a serviço da política e o inimigo pode oferecer tudo o que vc quiser, desde que vc se torne escravo dele.

Os fins justificam os meios? A história mostra que não (que diga Gorgo, a rainha que perdeu o que tinha de mais precioso, a dignidade; como tb Ephialtes, que quer fazer parte da batalha, mas não percebe que a principal ele já perdeu, a própria vida).

E você? Quem é vc de verdade?
Quais são os seus valores? No que vc acredita?
Daria a sua vida por uma causa?

Vai lá: http://www.aish.com/movies/passover.asp

12 April 2007

Notas de um Escândalo

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Barbara acredita que um segredo é capaz de unir pessoas. E é, desde que não se torne um pacto com nota promissória atachada. Pq qdo vc usa um segredo para coagir as pessoas, vira chantagem.

O outro problema de Barbara é sua inabilidade em aceitar a realidade – mente tanto para os outros que já não sabe quem é ela mesma (a pior mentira é aquela que é proferida contra si).

A incapacidade em relacionar-se com pessoas faz do seu diário o único cúmplice de sua insanidade. E como Narciso, que só olha para si sem se importar com os outros, só abre os ouvidos para escutar aquilo que concorda suas crenças.

Dureza para quem cruza o caminho de um narcisista, pois ele sempre deixa atrás de si um rastro de caos, discórdia e morte.

11 April 2007

O Bom Pastor

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Três questões chamaram a minha atenção: a capacidade que Mother tem para guardar um segredo (que indica o grau de confiança que se pode ter em uma pessoa), o relacionamento tacanho com a própria família (abre mão daquilo que lhe é mais caro) e a relação de respeito e integridade com Ulysses.

Tempos atrás li um comentário de um rabino que dizia a importância de termos um bom inimigo. Para enxergarmos o outro lado assim como desenvolvermos uma competitividade saudável (é preciso ser duas vezes melhor: não para superar o outro, mas para superar a si mesmo).

Acredito que alguns valores como ética, compromisso e responsabilidade são inegociáveis. Porém, nada pode valer mais do que a vida. Qdo relegamos a família num segundo plano, alguma coisa está errada. Pq a verdadeira inteligência é integrar valores, crenças e vida. Vida esta que se traduz em atitudes e não apenas em teoria.

10 April 2007

Crash

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Crash me fez refletir sobre um artigo da Isabelle Ludovico: somos todos seres feridos, mas temos a opção de escolher entre sermos feridos que curam ou feridos que ferem da mesma forma que foram feridos.

Ninguém é melhor que ninguém; não temos o direito de julgar os outros. Quando caímos nesta armadilha, podemos até nos achar superiores porém nos tornamos piores do que as pessoas que julgamos.

FERIDOS QUE CURAM

Provérbios de Salomão, na Bíblia, nos convidam a “entender o nosso próprio caminho” (Pv 14:8) e “estar atentos para os nossos passos” (Pv 14:15). De fato, a maturidade provém da capacidade de compreender a nossa história e integrar as peças esparsas do quebra cabeça que é a nossa existência para enxergar o quadro completo. As experiências marcantes da nossa vida precisam ser consideradas com reverência para encontrar o seu sentido mais profundo e aprender com elas. Tempo e atenção são necessários se queremos evitar a superficialidade.

Fomos criados à imagem de Deus que é Luz. Assim, quanto mais nos aproximamos dele numa atitude contemplativa, mais enxergamos a nossa própria realidade. O olhar amoroso de Deus nos permite superar o medo da rejeição e tirar as nossas máscaras para reconhecer tanto a nossa luz quanto a nossa sombra. Percebemos nossos limites, feridas, mecanismos de defesa e incoerências, mas também nossa aspiração por amor, alegria e paz, nossa capacidade criativa e relacional, nossa busca de sentido existencial.

Identificamos, perplexos, a coexistência simultânea e sistêmica de alegria e tristeza, prazer e dor, sofrimento e paz, amor e solidão. Perceber esta condição da nossa humanidade entra em choque com o desejo de nos apegar a um estado mental dominante e obsessivo como a busca da felicidade permanente. Nossa sociedade a define como a ausência de dor e, para isto, construímos um castelo forte onde estamos protegidos, mas também enclausurados. Poupar-nos do sofrimento acaba nos privando da alegria, pois estes dois sentimentos são parceiros inseparáveis nesta vida. Nossa cultura prega uma felicidade artificial mantida com pílulas que anestesiam a dor camuflando nossa inescapável condição de mortalidade e fragilidade. Solitários e carentes, buscamos compensar o nosso vazio interior mediante um consumismo compulsivo.

O desejo mais profundo de amar e ser amado requer a disposição de baixar as defesas e nos torna vulneráveis. Como diz uma música popular: “Quem quiser aprender a amar, vai ter que chorar, vai ter que sofrer...”. As feridas mais profundas e dolorosas não provêm de acidentes que nos aconteceram, mas do amor. O amor transforma nossa personalidade e nossa percepção. Ele nos arranca de um mundo unidimensional em preto e branco para nos transportar num universo de cores brilhantes e paisagens sempre renovadas. Quando o amor se retrai, sofremos a dor da perda. A alegria do encontro é proporcional à dor do desencontro.

Como diz o teólogo John Main, precisamos diferenciar feridas e machucados. Os machucados como o fracasso num teste, uma derrota financeira, uma expectativa frustrada, são sofrimentos provisórios e superáveis. As feridas nos marcam para sempre. Elas modificam nossa percepção íntima e o fundamento da nossa identidade. Uma ferida significa que nada será como antes. O tempo apaga os machucados, não cura as feridas. Somente a imersão no amor absoluto de Deus pode curar nossas feridas. É preciso mergulhar na morte de Cristo para experimentar a sua ressurreição. O significado das nossas feridas emerge quando as vivenciamos na sua relação com outros eventos e padrões da nossa vida.

Conforme a maneira como lidamos com as nossas feridas, podemos nos tornar feridos que ferem ou feridos que curam. A Bíblia fala de dois tipos de tristeza: uma tristeza ”mundana” que leva à auto comiseração nos faz assumir o papel de vítima e “produz morte”; uma tristeza na perspectiva de Deus que gera transformação e vida (2 Coríntios 7:10). Mergulhando na história da nossa vida, encontramos momentos dramáticos em que tivemos que fazer a escolha crucial de nos tornarmos amargurados por nossas feridas ou feridos que curam. O filme recente “Patch Adams: o amor é contagioso” fala de um homem que fez a escolha de ser um ferido que cura e quase desistiu quando uma nova ferida o empurrou na beira do precipício. Para seu próprio bem e o bem das pessoas à sua volta, ele finalmente escolheu seguir o princípio bíblico de “vencer o mal com o bem”(Romanos 12:21). Na maioria das vezes, optamos por uma solução intermediária mesclando sentimentos de magoa e desejo de superar, passando alternativamente de vítima à protagonista.

Nossa experiência pessoal de feridos curados pelo amor incondicional de Deus é que nos permite aliviar o sofrimento de outros. Enquanto perseguimos nossa felicidade como prioridade absoluta, iremos fazer isto às custas do bem estar do outro. Mas ao buscar minorar a dor do nosso próximo, encontraremos a plenitude de alegria para a qual fomos criados. Ao acolher a realidade com todas as suas facetas, não podemos deixar de perceber o próprio Deus. Cristo é a Verdade e a Vida. Por isto, ao optarmos pela verdade encontraremos a Cristo, assim como através das coisas bonitas podemos enxergar a própria beleza.

A cruz de Cristo proclama que a vida não se preserva negando a morte, mas acolhendo o ciclo de morte e renascimento. Por isto, somos chamados a “levar sempre nos corpo o morrer de Jesus para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”( 2 Coríntios 4:10). Assim, em vez de fugir do sofrimento através de uma vida artificial, podemos superá-lo com o bálsamo do amor de Deus que transforma o mal em bem. Precisamos olhar para os retalhos espalhados da nossa vida na perspectiva de Cristo que venceu o mal e a morte. Assim podemos costurá-los para formar uma colcha que reflete a obra de arte única que é a nossa existência à luz do amor de Deus e na dependência do Espírito Santo.

Leia a íntegra no capítulo A Essência da Imago Dei no livro O Melhor da Espiritualidade Brasileira, org. Nelson Bomilcar, Editora Mundo Cristão, 2005.

05 April 2007

O Último Rei da Escócia

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Nooossa, que soco no estômago!

Tão sensacional que é difícil descrever...Um jovem médico escocês quer fazer a diferença no mundo. Não sei se pela imaturidade própria da juventude ou pela personalidade fútil, ele escolhe o caminho do poder. A partir daí começa a colher o fruto de suas escolhas (dureza é que não afeta apenas sua vida, mas todos que o rodeiam)...

04 April 2007

Maria Antonieta

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Ela era apenas uma criança... O filme acaba sendo uma metáfora da juventude, entorpecida pelo consumo desenfreado, pelo hedonismo e pelo tédio.

Achei a cena do tênis forçada (a pessoa teria de ser tosca ao extremo para não perceber a associação). O desfecho traz a bela transição da infância para a maturidade (mas a que preço, hein)!

03 April 2007

Buenos Aires 100 Km

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Qdo fui no lançamento olha a surpresa: o diretor estava lá para divulgar a película e falou com o público antes da exibição.

O filme traz a história de 5 adolescentes que moram a 100km de distância de Buenos Aires e questiona o sentido da amizade: será que vale a pena dividir momentos; viver o cotidiano sem ter intimidade e transparência?

02 April 2007

A Fantástica Fábrica de Chocolates

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A Fantástica Fábrica de Chocolates mostra a infância pós-moderna. Há tempos li o excelente Mitos e Neuroses, cuja introdução Paul Tournier pede perdão aos jovens por terem herdado uma sociedade doente.