25 May 2017

Paterson - post II

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Quando o filme é bom, você assiste duzentas mil vezes e se encanta em todas elas - Paterson é assim ; ).

A beleza já começa pelo nome: filho do Pai (rs). E depois, pelo diretor, o sempre surpreendente Jim Jarmusch).

Paterson é um motorista sensível que compõe lindos poemas ao longo do dia. É casado com uma artista ordinária (não no sentido ruim da palavra, pelo contrário, é uma dessas outras tantas artistas anônimas e invisíveis que existem pelo mundo, mas nem por isto menos importantes).

O casal é óleo e água; parecem não ter nada em comum. Mas por isto mesmo são tão especiais porque entre eles existe o respeito, o carinho, a gentileza, o cuidado e a consideração - e isto aumenta ainda mais a beleza do relacionamento dos dois.

Outra coisa que me tocou é que eles são o oposto de muitos casais da atualidade, que ficam juntos para infernizar a vida um do outro e se destruir mutuamente (quem assistiu A guerra dos Roses sabe do que estou falando) rsrsrs.

Neste caso, o marido jamais critica a esposa e nem reclama, mesmo quando está com razão. E a mulher, por sua vez, é a maior incentivadora do marido.

Achei engraçado Paterson não ter família, mas o diretor parece ter optado de propósito, para mostrar que ele é filho daquele lugar coalhado de pessoas comuns e ao mesmo tempo notáveis.

O final é de uma epifania maravilhosa. Sim, qualquer um pode ser poeta, até mesmo um mafioso da Yakuza (preste atenção nos dedos enfaixados do japinha) rsrsrsr.

A frase que mais me identifiquei: "poesia traduzida é como usar capa para sair na chuva" (detalhe: ouvindo isto e observando uma linda e majestosa cachoeira) rsrsrs.

- Jim Jarmusch, fala sério: quando crescer, quero ser como você ; )!

PS- Para conferir outras opiniões, vai lá:

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