25 May 2017

Paterson - post II

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Quando o filme é bom, você assiste duzentas mil vezes e se encanta em todas elas - Paterson é assim ; ).

A beleza já começa pelo nome: filho do Pai (rs). E depois, pelo diretor, o sempre surpreendente Jim Jarmusch).

Paterson é um motorista sensível que compõe lindos poemas ao longo do dia. É casado com uma artista ordinária (não no sentido ruim da palavra, pelo contrário, é uma dessas outras tantas artistas anônimas e invisíveis que existem pelo mundo, mas nem por isto menos importantes).

O casal é óleo e água; parecem não ter nada em comum. Mas por isto mesmo são tão especiais porque entre eles existe o respeito, o carinho, a gentileza, o cuidado e a consideração - e isto aumenta ainda mais a beleza do relacionamento dos dois.

Outra coisa que me tocou é que eles são o oposto de muitos casais da atualidade, que ficam juntos para infernizar a vida um do outro e se destruir mutuamente (quem assistiu A guerra dos Roses sabe do que estou falando) rsrsrs.

Neste caso, o marido jamais critica a esposa e nem reclama, mesmo quando está com razão. E a mulher, por sua vez, é a maior incentivadora do marido.

Achei engraçado Paterson não ter família, mas o diretor parece ter optado de propósito, para mostrar que ele é filho daquele lugar coalhado de pessoas comuns e ao mesmo tempo notáveis.

O final é de uma epifania maravilhosa. Sim, qualquer um pode ser poeta, até mesmo um mafioso da Yakuza (preste atenção nos dedos enfaixados do japinha) rsrsrsr.

A frase que mais me identifiquei: "poesia traduzida é como usar capa para sair na chuva" (detalhe: ouvindo isto e observando uma linda e majestosa cachoeira) rsrsrs.

- Jim Jarmusch, fala sério: quando crescer, quero ser como você ; )!

PS- Para conferir outras opiniões, vai lá:

23 May 2017

A promessa

A fotografia deste filme é de encher os olhos e a história é de cortar o coração.

Ambientada na época do genocídio armênio, três jovens tem o destino entrelaçado: um estudante de medicina armênio, uma jovem francesa e um jornalista americano.

Para saber mais: http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-promessa-o-filme-e-o-genocidio

06 May 2017

A filha

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O título deveria ser Pai (para não virar spoiler). 

A trama é engendrada, os personagens bem construídos, mas em algum momento o roteiro ficou previsível demais, afff.

Um executivo encerra as atividades de sua empresa às vésperas do seu segundo casamento. O filho do primeiro casamento, chega à cidade para participar da cerimônia e cria uma série de pequenas e grandes desgraças por onde passa (o toque de Midas ao contrário).

Em paralelo, várias vidas que se interligam e se afastam, por distância geográfica ou falta de maturidade emocional.

Por isto a pergunta final: - pai é quem gera ou quem cria

E se filha de peixe, peixinha é (talvez isto explique porque estejamos todos tão doentes)...