25 December 2013

Questão de tempo

Fui ver achando que era uma coisa e era outra rsrsr.

Um rapaz descobre que tem o dom de voltar no tempo e consertar as presepadas (coisa típica de gente controladora) heheh.

Mas o que tinha para ser pobre e patético, no meio do percurso revela-se uma bela reflexão da vida.

Porque uma existência significativa nunca é pautada pela perfeição de um script, mas em partilhar de momentos ordinários e simples.

Para assistir e embarcar, vale a pena ; )!

22 December 2013

A vida secreta de Walter Mitty

Fui assistir com um pé atrás porque as comédias do Ben Stiller tem ficado repetitivas... maaaas, quer saber, até que foi legal?!

Uma revista prestigiada está para fechar e um executivinho de m... é contratado para demitir os funcionários.

Walter Mitty leva uma vidinha mediana: sem grandes aventuras, do trabalho para casa, sonhando mais do que vivendo... até que um negativo some (siiiiim, em tempos digitais ainda existe isto) rsrsr, e ele resolve ir atrás do material sem saber que a aventura vai mudar para sempre a sua vida.

Mas a parte mais marcante é a participação de Sean Penn como fotógrafo: o olhar, a fala pausada...

Achei linda a metáfora (enquanto as pessoas ´normais´ fogem do olho do furacão, o artista vai atrás, enfrenta; enquanto todo mundo busca a norma e se contenta com a superficialidade, o artista embala com camadas de significado e enxerga além das aparências).

A melhor cena é quando Sean está se preparando para captar uma cena rara e simplesmente contempla ao invés de fotografar loucamente.

- O que você está fazendo
- Esperando um felino fantasma. A beleza não gosta de aparecer.
- E você não vai fotografar?
- Não, agora não. Quando vivo um momento especial, procuro sentir primeiro, apreciar.

Tapa na cara para esta geração que adora registrar a banalidade em infinitos posts no Instagram, não (rsrs)?

PS- Para ler uma crítica sobre o filme, vai lá: http://marcelocoelho.blogfolha.uol.com.br/2014/01/01/walter-mitty/

21 December 2013

A grande beleza

Só de ver o trailer, fui impactada (Roma sempre enche os olhos, não?).

O filme é meio felliniano, repleto de festas com pessoas surreais: o babaca que fala obscenidades, as velhas oferecidas, a atriz decadente...

O protagonista é um escritor de 1 livro só, que vive entre relações fugazes, amizades superficiais de longa data e um solitário vazio interior (uma metáfora da pós-modernidade).

Os momentos mais fortes são as cenas de mesa, quando as pessoas se reúnem para comer e falar (se a boca fala o que está cheio o coração, imagine as pérolas) rsrsrs...

Mas o que eu mais gostei foi da participação da madre (as poucas falas são preciosas, espia só):

- Entrevista? Eu fiz voto de pobreza e disto não se fala, se vive.
- Sabe por que eu só como raízes? Porque as raízes são importantes.
- Eu sei o nome de cada uma destas aves.

Impossível assistir e não refletir ; ).

07 December 2013

Trem noturno para Lisboa


Apesar da crítica desdenhar, amei o filme (o livro deve ser muuuito mais interessante; )!

A história é intrigante, densa e perturbadora; nada é o que parece e a intensidade do desconforto cresce quanto mais o tempo passa.

Um professor universitário de filosofia (o excelente Jeremy Irons) leva uma vidinha medíocre na Suíça até salvar uma garota suicida tentando se atirar de uma ponte.

Sem eira nem beira, ela some e deixa para trás um livro português e um bilhete de trem para Lisboa dentro do bolso de seu casaco.

Pronto, é o pretexto para o professor deixar de ser "wallflower" e tornar-se participante da história: mergulha fundo nas emoções, abandona o bom senso e encara os desafios como se não tivesse nada a perder.

Prato cheio para quem curte histórias imprevisíveis.