27 November 2011

A chave de Sarah

Amei este filme ; )!

Apesar de ser prevísivel na segunda metade, é bem instigante.

Julia é uma jornalista que muda-se para Marais e descobre que o apartamento da família do marido, era propriedade de uma família judia enviada a um campo de concentração. O punk é que exatamente naquele momento de sua vida, Julia está escrevendo uma matéria sobre a colaboração francesa para o regime nazista e se descobre grávida (ou seja, com as emoções à flor da pele).

Sarah é uma menina judia muito sagaz que a fim de proteger seu irmãozinho, tranca Michel no guarda-roupa, antes da família ser levada a um campo de concentração. A partir daí, a trama mistura as histórias de passado e presente, até se interligar de forma surpreendente.

O que mais me tocou foi a postura corajosa de Julia: a insistência junto ao diretor de redação para publicar a matéria sobre a colaboração vergonhosa dos franceses na deportação de judeus, a persistência de ir a fundo na história do apartamento (ela podia ter escolhido a zona de conforto: - isto é passado, não tenho nada a ver com isto, não é problema meu... ou aquelas justificativas esfarrapadas que criamos para nós mesmos: - isto faz parte de uma estatística, eles estavam cumprindo ordens...) além do respeito aos próprios sentimentos que culminam numa escolha difícil (ter ou não o bebê?).

Tem dois diálogos marcantes: quando o diretor de uma instituição que preserva a história das crianças judias diz que o objetivo dele é dar nome e dignidade aos rostos daquelas fotos ao invés de encará-los apenas como um dado estatístico e quando o marido retruca que a busca pela verdade por parte dela não valeu a pena.

Se você não gosta de respostas fáceis e não se incomoda em sair desconfortável (e ser impactado), assista correndo antes que saia de cartaz ; )!
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