Um dos filmes mais tocantes, lindos e desconfortáveis ; )
Houria (em árabe = liberdade) é formada em educação física, trabalha como faxineira e seu sonho é tornar-se dançarina principal na Companhia Algeriana de Balé. Talentosa, nas horas vagas treina coreografias de dança sozinha ou com suas amigas, e à noite faz apostas para levantar dinheiro.
Mas seu sonho é brutalmente interrompido.
E a partir daí ela precisa reescrever a narrativa da sua história.
O que achei mais lindo é a trajetória da Houria: o alicerce da família, das amizades, do entorno (comunidade) que a cerca... as pessoas que ela conhece e agrega à vida ao longo do seu caminho, o apoio e a força do grupo. Como pano de fundo, o cenário social político (onde homens decentes são sacrificados e as mulheres deixadas à própria sorte), a corrupção da polícia (isto parece não ter nacionalidade, não é mesmo?)...
Sim, a vida é injusta, iremos passar por violências e aflições (e descobrir pessoas que passaram pelo mesmo - ou até em situações piores que as nossas).
Como viver a partir daí?
O filme não traz respostas, você não sabe se há um desfecho justo, se as pessoas confrontadas escolhem o bem ou o mal.
O final é s-i-m-p-l-e-s-m-e-n-t-e arrebatador (a arte tem este poder ; )