Agora estamos assim, esperando os filmes estrearem no streaming até a pandemia terminar ; (se é que vai terminar ; (...
Taí um filme para ser visto no cinema: cenas de batalha, bons intérpretes, mas tudo bem, vamos que vamos.
A história é contada por 3 pontos de vista: do marido, do rival e da mulher. O que achei bacana é que poderia descambar para o maniqueísmo, mas não: o diretor mostra os defeitos e as virtudes de cada um, em alguns momentos eles chegam até a serem ambíguos (não dá para dizer se são bons ou não).
Isto é muito inteligente porque coloca o espectador em alerta o filme inteiro: é possível confiar em alguém? Quem está falando a verdade? E o que é verdade afinal?
Confesso que gostei bastante da última narrativa: a mulher mostra que é vista apenas como uma mercadoria, tanto pelos olhos do pai como pelos do marido e até das próprias mulheres. Mesmo tendo boa formação, sendo inteligente, parceira, amiga e tendo bom coração.
Outro ponto interessante é sobre o estupro: aquilo que ela vive no casamento, o que é? Ou estupro tem haver com consentimento?
Aquela arena em que ela é jogada quando a comunidade sabe do estupro é assustadora: o que falta em acolhimento, sobra em julgamento (veja se na vida real não é assim). Haja fortaleza emocional para enfrentar um interrogatório daqueles!
O filme joga luz (e se você procurar informações sobre o que aconteceu de verdade, é pior) que você termina com a cabeça mais bugada ainda...
Mas uma coisa é certa: - NÃO é NÃO.