24 May 2015

Miss Julie

Fui conferir atraída pelo casting (amo a Jessica Chastain e o Colin Farrell).

Mas eita... que filme "teatral" hahahaha.

A trama é interessante (baseada numa peça sueca de 1888): uma aristocrata humilha um empregado, mas as relações de poder alternam de mão conforme o decorrer da história.

A princípio pensei tratar-se de uma crítica ao sentimentalismo (riqueza emocional e tormento interior), depois em luta de classes para depois descobrir que é uma crítica ao darwinismo rsrsrsrs.

No final, penso que é uma crítica aos que tratam as pessoas como objetos (por isso as relações não se sustentam, pelo contrário, se deterioram: não existe compromisso, fidelidade, cuidado).

Preste atenção no personagem do Collin Farrell e veja se não ele tem um quê de pós-moderno (mais perdido e utilitarista, impossível) rsrsrsr.

14 May 2015

Winter Sleep

Já estava de olho neste filme turco desde a Mostra Internacional de Cinema ; ).

E claro, assim que entrou em circuito comercial, foi naqueeele esquema punk funk que os cinéfilos de carteirinha já sabem: apenas uma sala e num único horário (e lá vamos nós para mais uma aventura)...

A trama conta a história de um ex-ator às voltas com um hotel no meio das montanhas. Mas o que parecia ser algo banal, se desdobra e surpreende pela riqueza da narrativa, consistência dos personagens e profundidade nas reflexões.

O tempo todo você se pergunta: afinal, o que é integridade? Onde está a coerência nas próprias convicções?

No final, você percebe que a vida é feita disto: erros e acertos, avanços e retrocessos, vitórias e rendições.

Todas histórias particulares de cada personagem são de doer o coração: o casamento que não deu certo mas poderia; o casamento harmonioso que esconde fissuras; a humilhação dos honrados...

O que mais gostei foi da constatação que a redenção só é possível quando se admite os próprios erros.

03 May 2015

Não olhe para trás

Fiquei tão traumatizada com o último filme do Al Pacino que demorei séculos para assistir este (uma grata surpresa) rs.

Danny Collins é um cantor datado, de sucessos requentados e de fãs cheirando a naftalina.

Para piorar, sua vida pessoal é nula, o que o faz afundar em drogas e mulheres superficiais.

Até ele receber um presente surpreendente de um amigo: uma carta escrita há 34 anos por John Lennon que não havia sido entregue a ele.

A partir daí, o protagonista resolve mudar de atitude e resgatar a própria história.

PS- A história é real: de fato, John Lennon escreveu uma carta a um jovem artista, que não foi entregue por 34 anos.

01 May 2015

Cake

Curiosa pelo burburinho causado da não-indicação de Jennifer Aniston como melhor atriz no Oscar deste ano, fui conferir o filme e a atuação.

Bom, o filme é legal e a atuação dela também.

Mas merecer a indicação como melhor atriz, definitivamente não (não dá para colocar no mesmo patamar da Marion Cottilard, que arrasa e se entrega de corpo e alma nas caracterizações de cada personagem).

A história é daquelas que tenta imitar a vida: um grupo de apoio composto por mulheres relata o que cada uma sentiu ao perder uma companheira por suicídio.

A personagem de Jennifer Aniston é tão lúcida que doi, e as interações que faz com os personagens satélites são interessantes (principalmente para quem curte humor negro).

Mas fica nisso - o filme não tem tutano para se sustentar.

PS- Um adendo: pelas entrevistas e colocações que faz, a Jennifer Aniston parece ser uma pessoa bacana (eu seria amiga dela ; ). Não entendo por que o Brad Pitt largou-a pela Angelina Jolie. A impressão que dá é que gente com temperamento forte curte mulher-abismo rsrsrsrs.