14 September 2012

Terra das sombras

Este filme conta a história de C.S. Lewis, autor de Crônicas de Nárnia.

Ele é um brilhante acadêmico em Oxford e solteirão convicto que, em meados de 1940, conhece uma assertiva americana divorciada (já viu a confusão) rs, casa-se com ela (por conveniência), se apaixona e aprende o que é vida por meio da dor e sofrimento.

É tocante a transformação dele: primeiro sua vida organizada (a zona de conforto, a segurança, o controle), o discurso alinhado com as crenças... Depois o confronto com a vida, a experiência de colocar em prática o que acredita, a coragem para amar e sofrer (chorei cântaros, claro).

Tem um diálogo de cortar o coração. C. S. Lewis senta ao lado de um menino para consolá-lo, mas depois os dois choram juntos ao desabafar que não acreditam em paraíso (a dor em admitir nossa impotência, sem julgar - apenas sentir).

Algumas pérolas:
  • Amor perfeito não é possuir, mas desejar (desejar algo que não esteja ao seu alcance).
  • Livros não ferem.
  • O que nenhuma dor deixa de ensinar: experiência de vida.
  • Você mantém a mente ordenada, não é?
  • Deus não está preocupado em nos fazer felizes, mas capazes de amar e sermos amados.
  • Vivemos sem sentido, numa sala de espera de futilidades.
  • Lemos para saber que não estamos sozinhos.
  • Não oro para que Deus mude a circunstância, mas para que mude o meu coração.
  • Para você é suficiente a felicidade aqui e agora. Mas a dor é parte da felicidade.
  • Quando a dor é inevitável, é preciso responder de maneira adequada: com coragem e dignidade. De cabeça erguida e sem lamentos.
  • Permita-se ser surpreendido pela alegria nos momentos e lugares mais improváveis.
  • A vida prova a fé (tropece na experiência; ela é uma professora brutal).
  • Eu pensei que melhoraria se orasse por ela. Por que ela teve de adoecer?
  • Deve deixá-la ir.
  • A vida é uma dor compartilhada onde podemos admitir nossas fraquezas e dúvidas; poder chorar juntos, ser verdadeiros.
  • Confronte-me. Eu aguento.
  • Amamos para saber que nunca estamos sozinhos.
  • Por que amar, se a perda doi tanto?
  • Como menino, escolhi a segurança. Como homem, escolhi o sofrimento.
  • A dor do presente faz parte da felicidade no futuro.
  • Viver é correr o risco. Achar-se perdido, para ser encontrado.
  • É sair da zona do conforto, do controle (deixar de gostar das coisas fáceis).
  • Não é inútil esperar. O amanhecer virá.

05 September 2012

Tudo o que eu amo

Este filme polonês conta a história de quatro amigos adolescentes que tem um grupo de rock punk em plena época de repressão soviética (inclusive o pai do protagonista é militar, mas não encana com as manifestações antissocialistas da família).

O bacana do filme é exatamente sua estranheza: você não cria estereótipos dos atores (todos desconhecidos), o clamor por liberdade (algo que para nós, ocidentais, virou commodity), a descoberta do 1o. amor, da 1a. burrada (quando embarcamos nos sonhos dos outros ao invés de seguir nosso coração) e por aí vai...

O final é bem realista: a entrada na vida adulta mostra que a liberdade sempre tem um preço (que se não é pago por nós, é pago por quem está próximo da gente).
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02 September 2012

Batman

Wow, apesar das 3h de duração, vale a pena ; )!

O Nolan sempre surpreende e o casting é de arrasar: Christian Bale, Marion Cotillard, Gary Oldman, Michael Caine, Morgan Freeman...

O ritmo é ágil, a montagem interessante, o roteiro bem amarrado (e claro, com várias deixas para uma continuação nervosa) rsrsrs.

Preste atenção no personagem que preside o "juri" popular (seria o Espantalho?)... Hmmmm, sinal de coisa "boa", não é?!

Melhor diálogo:
- Você não tem medo da morte.
- Não, não tenho.
- Mas deveria, pois é ele que faz você dar valor à vida.
- ...
- Na próxima vez que você pular, salte sem a corda.
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01 September 2012

A rebelião

Apesar de pesado e com uma trilha péssima, este é um dos melhores filmes em cartaz ; )!

Baseado em fatos reais, A ordem e a moral (título original) conta a história de uma rebelião em Nova Caledônia, uma colônia francesa, que acaba sendo uma metáfora da vida hipermoderna.

Atire a 1a. pedra quem nunca teve um questionamento de ordem moral de como as coisas estavam sendo conduzidas no trabalho: os interesses políticos, os feudos, as disputas de poder, a falta de vontade em chegar num consenso que seja satisfatório a todos, as mentiras para se chegar aonde se quer (sem se importar com o preço a ser pago, inclusive a própria integridade)...

Saí chocada e ao mesmo tempo reconfortada em ver se não sou a única em ter dilemas éticos (a impressão que dá é que o preço a ser pago para conquistar a maturidade é a morte da inocência)...
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